20120302

A ESCOLHA

"Casa grande, trabalhos grandes" - provérbio

Foi curioso conhecer o” verdadeiro construtor” – aquele que mete mão-a-tudo, a engenheira muda que não dava uma opinião válida; o Sr. orgulhoso dos caixilhos de alumínio imitação de madeira. Mas a maioria dos contactos foram produtivos. Trocaram-se pontos de vistas, deram-se opiniões inovadoras, colheram-se sensibilidades, obtiveram-se estimativas de custos e mais importante conheceram-se as pessoas e as suas ideias/experiências.

Possivelmente o pior momento de todo o processo, sucedeu na muita aguardada recepção do 1º orçamento. A expectativa rapidamente se converteu num enorme vazio e numa decepção que nos fez parar e interrogar todas as nossas opções. Inclusive fez-me (nos) questionar a própria compra do Bonjardim 953… Andamos uns dias atarantados e cabisbaixos, a pensar nos porquês e nos erros cometidos.

Para se ter uma noção financeira, esse 1º orçamento rondava os 250% do valor que adjudicado no final deste processo. Os outros 9 orçamentos foram igualmente surpreendentes com valores entre os [200%-300%] do que desejávamos e do que poderíamos assumir. Mas os projectos não são sempre um mar de rosas e não nos poderíamos dar por vencidos na 1ª grande contrariedade.

Depois de algum debate e procura identificamos o nosso erro principal - a criação de um orçamento de obra desprovido de qualquer noção básica dos custos de cada rubrica. O somatório desse descuido foi nos apresentado de bandeja sob a forma de uma conta elevada. Só existia uma possibilidade, pegar no orçamento de pernas-para-o-ar e basicamente “desconstruir” todas as nossas ideias.

Não querendo dar falsas modéstias a ninguém, a arquitecta-chefa-proprietária não descansou enquanto não traçou um eficiente plano que permitiu reestruturar o projecto não comprometendo as nossas principais opções e ao mesmo tempo conseguiu cortar nos trabalhos e matérias que significativamente reduzissem os encargos. O resultado foi … surpreendente! Dado que o corte principal foi nas nossas “invenções modernistas” posso mesmo afirmar que o nosso objectivo final até ficou mais próximo!

As empresas na sua maioria responderam positivamente as alterações por nós solicitadas e apresentaram um 2º orçamento rectificado, que nos deu uma sensação de “pés-na-terra” e que mesmo apresentado ainda valores elevados nos permitiu pensar que com algum trabalho adicional poderíamos chegar a valores exequíveis para a nossa bolsa.

Esse trabalho adicional, um pouco mais duro, pois se dedicou a ir ao detalhe de cada elemento orçamentado, foi honestamente apenas acompanhado por um conjunto de 3/4 empresas. Nesta fase o mérito vai na sua maioria para essas empresas e pessoas que nos acompanharam, pois a certa altura pareciam ter o mesmo gosto pelo projecto que os proprietários. Foi mesmo necessário um 3º orçamento por forma a clarificar as novas opções aportadas.

O trabalho estava quase finalizado… até entrarmos na negociação! Em termos de opções construtivas estávamos agora certos do que queríamos. As empresas deram os seus últimos orçamentos e referiram-nos a sua vontade de ficar com a obra (possivelmente um mix de vontade económica e de um desejo construtivo gerado por este envolvimento).

A nossa decisão final estava entre três equipas construtivas. Duas eram totalmente de confiança e com um apoio incansável, mas o seu preço mais elevado; e uma outra bastante mais barata com experiencia mas que não nos aportava tanta confiança. A decisão não foi fácil, mas penso que como tudo o equilíbrio acaba por vencer, e no final acabamos por abjudicar a obra à empresa que desde o início sentimos que era a nossa favorita.

A construtora Rielza desde o dia 1 tinha demonstrado capacidade para esta obra, pelo seu histórico, pelas pessoas que nos acompanharam ao longo do processo (orçamentista; responsável de obra; direcção); pelo acessoramento nas soluções construtivas; pelo apoio na cobertura no período meteorológico desfavorável; pela hombridade na negociação; por tudo em geral!

Para quem ache fácil todas estas situações, refiro apenas que o processo descrito neste post demorou uns singelos 4 meses. Meses esses de permanente e de múltiplos contactos, reuniões, folhas de excel, acesas discussões e bastante trabalho… O proveito: reduzir para menos de metade a média dos primeiros orçamentos. O resultado? A nossa casa, e a certeza que tínhamos feito as melhores escolhas!












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