20120213

HALLOWEEN

“Se o homem carrega a sua própria lanterna, não precisa de ter medo do escuro.” – textos Judaicos

Se efectuarem uma visita guiada a um amigo num edifício com mais de um século, com uma área superior a 350m2, num final de tarde sem electricidade, com algum vento a entrar, possivelmente despertará o “caguinchas” que há nele… Quando lhe descrevem a história dos “antepassados” que lá viveram, ele preferirá visitar a casa de dia e com bastante luz…

Suponho que algumas pessoas não aceitarão da melhor forma que a antiga habitante da casa está actualmente falecida, e que habitou muitos anos os corredores da casa. Desde o 1º dia que essa situação foi por nós confrontada com um certo misticismo e como parte da alma da casa. Poderemos dizer que cremos na D.ª Maria Lídia como uma senhora simpática (como descrita por todos), e não vemos razão para que tenha mudado desde então.

Por esta razão, e porque pretendemos manter uma tradição de décadas de simpatia no n.º 953, decidimos dar uma festa para antecipar a fase obreira de recuperação da casa. Antes que os vários andares começassem a ficar intransitáveis, achamos que seria apropriado celebrar toda a sorte que tínhamos tido até então.

O local? Era óbvio… A data? O dia das Bruxas (melhor a noite das Bruxas)! Convidamos toda a gente (incluindo amigos vivos…) e todos reunidos entre velas acesas, aboboras recortadas, lanternas (essenciais para a ir à casa de banho/Loureiro) passamos uma noite memorável. Estava feita a apresentação nocturna e conseguimos que “a maioria” compreendesse que não há razão para temer uma casa antiga… ou há…

D.ª MARIA LÍDIA

“ É nas velhas casas, onde parece flutuar ainda a penumbra dourada do passado, que se recebe, mais perdurável e mais viva, a impressão da família e do lar." - Júlio Dantas - Escritor

Depois de visitas anteriores a algumas casas da mesma época, sabíamos que dificilmente poderíamos encontrar uma casa que actualmente preservasse a maioria dos seus elementos habitacionais/arquitectónicos intactos desde a sua construção original. Em casas seculares é natural que as sucessivas gerações tenham ambicionado transformar e adaptar a sua habitação às suas necessidades, de acordo com as ferramentas construtivas e capacidade económica que possuíam.

As últimas décadas (70-80-90-00) foram possivelmente as mais “destruidoras” no tratamento de conservação e adaptação deste tipo de habitações. Assistimos a exemplos de utilização de métodos e materiais que unicamente serviram de “remendos temporais” e que em alguns casos estropearam definitivamente a herança do património.

Dessa forma, rapidamente nos apercebemos que muito mais importante do que a qualidade do imóvel em causa, possivelmente, a história de vivências e a preocupação dos antigos proprietários pelo seu património, eram factores essenciais. No 953 do Bonjardim uma afortunada mescla de situações fez com que o imóvel surgir-se às nossas mãos apenas com adaptações pontuais e intacto na sua estrutura primária, principais materiais e no seu uso habitacional.

Desde o primeiro dia surgiu uma curiosidade sobre a história do imóvel e também concretamente sobre a última vivência humana que nos tinha antecedido (teria sido uma família, um casal, uma pessoa?). Rapidamente nos apercebemos, através do nome da destinatária do correio e das conversas com os vendedores, que a ultima habitante tinha sido uma senhora – D.ª Maria Lídia Veiga dos Santos.

Em conversas mais aprofundadas com os vizinhos ficamos a saber que se tratava de uma senhora que nunca se terá casado, e dada a sua longevidade na Rua do Bonjardim era estimada e acarinhada por todos. Descrita como uma pessoa afável primava por uma apresentação pessoal muito cuidada. Infelizmente com o avançar da idade, adoeceu, tendo falecido não há muito tempo.

Certamente que este conjunto de características e dado se tratar de uma casa alugada, fez com que o imóvel fosse pouco intervencionado (política normal dos senhorios portugueses…). Temos a certeza que D.ª Maria Lídia gostaria de a ter a sua casa em perfeitas condições para os seus chás da 5 e visitas ocasionais, bem como contaria com ajuda de parte da comunidade nas necessidades de manutenção essenciais.

Temos consciência, que somos meramente um episódio habitacional da história da edifício 953 do Bonjardim (passada e futura). Mais importante, ao termos uma pequena noção do que nos procedeu, aumenta a nossa determinação pela preservação e respeito pela memória histórica deste pequeno pedaço no topo do Bonjardim.

20120212

SEGUNDA PELE

"A essa segunda pele temos dado o nome de Arquitetura."- Alfonso Ramírez Ponce, Arquitecto

O parcelamento regular do solo resultante da intervenção dos Almadas, dispõe o território em fatias de lotes com 6 metros de frente, podendo atingir 100 m de profundidade.

Bonjardim 953 é o modelo tipo dessa organização, afigurando-se como um exemplo clássico de influência inglesa.

Após a elaboração do levantamento do existente, aqui estão os 380.00m2 distribuídos por 4 pisos de uma forma tão coerente que concluímos que a casa ficaria tal como foi projectada.

Piso 0 - serviço (logradouro)
Piso 1 - público (entrada)
Piso 2 - privado (quartos)
Piso 3 - privado (sótão)


PISO 0


PISO 1



PISO 2



PISO 3




Devido ao bom estado de conservação em que a casa se encontra, é possível recuperar os tectos em estuque trabalhado, o soalho de madeira maciça que cobre os pisos 1, 2 e 3 (que em certos pontos cada peça chega a atingir os 7.00m de comprimento), os mosaicos hidráulicos localizados no wc do piso 2, as paredes estanhadas protegidas durante anos por papel de parede, todas portas interiores e rodapés em madeira maciça, algumas portas exteriores igualmente em madeira pintada, e a escadaria que divide a casa a meio e que possivelmente terá sido o elemento impulsionador da nossa luta por manter todos os elementos originais da casa passíveis de recuperação.

Iremos reconstruir tal como o existente, pois não foi possível proceder à sua recuperação, as janelas exteriores em madeira localizadas no alçado frontal, o pavimento da cozinha em mosaico hidráulico com o desenho da estrela, a cobertura que continuará a ser suportada pelas asnas de madeira originais mas com adaptações aos dias de hoje, e toda a estrutura das varandas interiores que compõem o alçado tardoz que se encontrava perto de ruir, pois trata-se de uma estrutura em madeira suspensa com fixação na parede estrutural em granito.

Alterações também existem e a cave será a vítima. Está previsto eliminar uma parede não estrutural de forma a criar a sala multiusos. Sala essa necessária para albergar o grande evento anual “Campeonato Internacional de Matrecos”, em que os “Cão-peões” tem sido vitoriosos ano após ano…

20120209

RETRO STYLE

A RECUPERAÇÃO

"No interior da grande cidade de todos está a cidade pequena em que realmente vivemos." - José Saramago

Santo Ildefonso localiza-se dentro do primeiro anel de expansão da cidade do Porto que surgiu na primeira metade do século XIX, como resultado do aumento demográfico (emigração e imigração de trabalhadores à procura de emprego) originado pela Revolução Industrial.

A casa foi construída quando o crescimento de Santo Ildefonso já estava estabilizado e a ocupação acelerada do território concentrava-se agora em áreas periféricas da cidade do Porto.

Nos finais do séc. XIX, o Porto era uma cidade mercantil e industrial e Santo Ildefonso era a uma das freguesias preferidas das comunidades estrangeiras mais abastadas originárias do Brasil, Espanha e Inglaterra.

Com a progressiva instalação de comerciantes ingleses na cidade em busca da riqueza, o Porto iniciou a sua transformação.

Surgem os Almadas que terão um enorme impacto na renovação e expansão da cidade e, através da influência inglesa começam-se a construir obras ao gosto internacional.

É neste espaço temporal que a casa 953 nasce na Rua do Bonjardim, um ano antes da implantação da República.

20120208

O BOM JARDIM

"... isto está uma miséria. Gente nova quase não há." - Olga Pinheiro, 69 anos - falando em 2011 sobre o seu Bonjardim

A Rua do Bonjardim é uma velha artéria da cidade do Porto, vai desde a Praça Marquês de Pombal, e ao longo mais de 1,5 km de arruamento (uma da mais compridas da cidade) desce até ao início da Rua Sá da Bandeira, rasgando todo a freguesia de Stº Ildefonso.

Aliás, o centenário e charmoso café “A Brasileira” (agora,”Caffé di Roma”), inaugura a rua. Visita frequente da minha avó nas suas ocasionais visitas ao Porto, traz-me à lembrança uma das primeiras memórias de infância, principalmente olfactiva! “O melhor café é o da Brasileira”

Historicamente foi a estrada medieval que saía do Porto e levava a Guimarães e outros lugares a Norte, pelo que antigamente era apelidada «estrada de Guimarães» – o que não deixa de ser sarcástico dada a situação profissional da actual proprietária. E suponho que foi por aqui que o Dom A. Henriques vindo a trote começou a limpar a Mouraria do Porto.

No último século, nasceu nesta Rua a “francesinha” um dos ex-libris da culinária portuense, e quiçá nacional! Foi no restaurante Regaleira, nos anos 60, que se pegou na tradição da tosta francesa, adicionando-lhe molho picante, e criando uma iguaria que rapidamente ganhou fama culinária.

Na nossa vizinhança, especificamente no n.º 1254, encontra-se um magnífico palacete abandonado, engolido pelas silvas. Quem quiser ser nosso vizinho, mas com estilo só terá de desembolsar meio milhão de euros (de acordo com as ultimas informações imobiliárias), e um outro tanto para o dignamente reabilitar;


Mais abaixo, o projecto Quinta Musas da Fontinha (http://quintamusasdafontinha.wikispaces.com/) uma experiência social comunitária de horta urbana, no n.º 998, ocupando a Quinta e a encosta a montante da Fontinha, que antes estava abandonada como lixeira a céu aberto.

A Rua do Bonjardim não se livra da recente fama de rua de prostituição e proxenetas.
Actualmente este fenómeno está mais confinado aos espaços por debaixo do viaduto de Gonçalo Cristóvão. Celebre é o antigo ponto de encontro “Big Ben” de onde a qualquer hora da madrugada depois de uma noitada de copos, se poderia ver em acção o mais famoso dos seus habitantes a /ou o (segundo reza a lenda) Pantera Gold. Quase junto ao Marquês, um must do roteiro gay da cidade - o Pride Bar.

No entanto, o pior do Bonjardim é os muitos edifícios ao longo da rua que estão em ruínas. Ainda em Outubro de 2011, uma reportagem do Porto24 (
http://porto24.pt/porto/30102011/rua-do-bonjardim-porto/) referia que nesta rua: “muitos moradores desapareceram e a desertificação e os prédios devolutos trouxeram um sentimento de insegurança e fizeram esmorecer os negócios tradicionais (…) a maioria das casas está devoluta e quase em ruínas (…) Os antigos moradores morreram ou fugiram para a periferia (…)

DE BAIXO PARA CIMA

A CASA METE ÁGUA!

"Casa fechada, casa estragada!" - provérbio

Logo que assinámos a escritura, empunhando a chave entregue pelos antigos proprietários, corremos ao Bonjardim para admirar a nossa aquisição.
Estavamos algo preocupados pois tinha chovido toda a semana.

Mal entrámos, tivemos a derradeira confirmação, "A CASA METE ÁGUA!", e não é pouca!
O que na primeira visita era apenas um vidro partido na clarabóia, agora era realmente um tecto roto!
A clarabóia tinha mais vidros partidos do que inteiros e um grande buraco no tabique da cobertura (onde também era possível ver o céu), originado pela ausência de telhas naquela zona que provocou a destruição de parte do fasquio.

Na verdade eram menos m2 de cobertura a remover, no entanto havia que agir rapidamente para que os tectos em estuque do piso abaixo e a madeira das escadas não fossem afectados.
Reunimos uma parafernália de materais: uma caixa de plástico gigante do Ikea (onde guardava os meus sapatos), um chapéu-de-chuva e uma mão robot do Sr. Henrique (uma valiosa oferta de aniversário para conseguir alcançar as tangerinas mais docinhas), que finalmente iria ter alguma utilidade.

A chuva não parava, e nós aproveitámos a tarde para pôr mãos à obra.
Concluímos que o truque estaria em matar o mal pela raíz. E assim foi!
Henrique disponibilizou-se heroicamente para subir o escadote e com a ajuda da mão mecânica (gentilmente cedida pelo seu progenitor) conseguiu apoiar o seu chapéu-de-chuva no exterior da clarabóia, fixo com amarras em corda à guarda das escadas, para que não voasse durante a noite.

A pouca água que ainda caía foi guiada para a manta plástica com a ajuda de uma caleira improvisada, que se resumia a um pedaço de garrafa de plástico colada ao vidro, mas que se mostrou ser extremamente eficiente.

O nosso trabalho estava concluído!
As pequenas gotas que teimavam em entrar percorriam agora a caleira directamente para a manta de plástico, que por sua vez fazia o papel de um mega funil, orientando a água para a caixa de plástico gigante, localizada dois pisos abaixo.

Acabámos o dia orgulhosamente exaustos, pois a instalação contra temporais era uma máquina bem oleada! E ainda conseguiu provocar sorrisos bem abertos aos trabalhadores que na semana seguinte subiram ao telhado e colocaram um oleado pelo exterior (apenas por salvaguarda), não viesse aí um tornado...


20120205

O CASAMENTO

“Quem acerta no casar, nada lhe falta acertar” - provérbio

Parece um pouco paradoxal que em pleno 2011, com o mercado imobiliário em queda acentuada, que uma casa publicitada à menos de 2 semanas, estivesse já vendida e sem que houvesse sequer a possibilidade de negociação do preço. Esse facto para além de constrangedor deu-nos a percepção que não era apenas um nosso encantamento momentâneo, mas o que nos tinha sido apresentado no Bonjardim (qualidade construtiva, localização, estado de conservação, dimensão, preço realista) era valorizado pelo mercado.


Esta percepção concedeu-nos um maior incentivo para esgrimar conjuntamente com a MC Imobiliária uma estratégia ofensiva alternativa aos proprietários. Tentamos aproveitar o facto de estarem a vender um conjunto de 3 casas antigas e alcançamos um início de conversações, conseguindo contornar a inegociabilidade da outra Imobiliária.

Desde esse momento a negociação foi obstinada, dado existirem outros pretendentes e imobiliária em jogo. A nossa vontade era só uma e para a alcançarmos sabíamos que tínhamos de agir rapidamente e com assertividade! Assim foi a semana seguinte, com telefonemas sucessivos e com alguma tensão de condições e valores.

Patrícia temia que este processo não nos levaria a bom porto, e queria rapidamente apertar as mãos, aos vendedores, e de contente... As boas notícias não tardariam em chegar, e um entendimento foi alcançado! Neste desenlace o papel da MC foi também essencial pois conseguiu servir eficientemente como intermediário na gestão das expectativas entre nós e os vendedores.

Soubemos posteriormente que a nossa luta tinha sido “mano-a-mano” com uma arquitecta do Porto. Arquitecta essa que se especializou em reabilitações de casas antigas, e que pretendia o imóvel do Bonjardim para a sua habitação própria. Se a nossa vontade tinha sido determinante para o desenlace desta nossa história, o conhecimento desse facto alimentou-nos o nosso ego e reconfortou-nos em certa parte do desgaste emocional/financeiro sofrido…

A partir do nosso acordo, foi agendada a data da escritura para o dia primaveril de 21 de Abril de 2011. Nessa data, sensivelmente um século depois da sua construção, a casa no n.º 953 da Rua do Bonjardim, iria receber novos proprietários e uma nova vida. Para ser rigoroso, esse albergar de novo alento dependerá de todo um processo de requalificação e de actualização às nossas necessidades habitacionais actuais, sem contudo descaracterizar a consciência histórica e patrimonial que herdamos e que tanto apreciamos.

Dessa forma, este blog tentará ser, na medida do possível, um relato técnico/emocional dos trabalhos que se seguem nos próximos meses, dando a conhecer todas as envolvências que se criam num processo de recuperação de uma casa secular no Porto.

20120201

O ENCONTRO

“Toda a verdadeira vida é encontro” Martin Buber – Filósofo

A fase consciente inicia-se na decisão da procura por alternativa ao nosso quadradinho de 60 m2. Especialmente porque a investigação foi realizada na zona de Cedofeita/St.º Ildefonso, obrigatoriamente esbarrando em 1.001 propostas de casas antigas abandonadas ou semi-abandonadas, algumas delas simplesmente esplêndidas mas com algum grau de degradação.


A decisão de aquisição de um imóvel deste género não é fácil dado que o seu valor económico não se confina apenas ao montante monetário solicitado para a sua aquisição. Para além desse valor que apenas serve como pilar de referência, teremos de adicionar todas as expectativas de custos de adaptação do imóvel às necessidades e conforto dos nossos dias, não esquecendo uma necessária margem de manobra para eventuais “surpresas” que acabam sempre por surgir.

Dessa forma, e desde o ponto de vista de um gestor o processo na procura da melhor solução, passa por uma pesquisa exaustiva, análise de todos os custos associados, e rentabilização dos recursos disponíveis. Mas, tal como os importantes encontros da nossa vida, aqueles que nos marcam são possivelmente os mais fortuitos e que nos geram um sentimento de “amor-à-1ª vista”, e nesse capitulo a nossa experiencia tem sido vasta e frutuosa!

Num matinal sábado dorminhoco, graças à minha cúmplice ferramenta do Google Alerts ®, apercebo-me que foram recentemente colocadas à venda 3 casas em Stº Ildefonso, não muito longe da nossa actual morada. As primeiras fotos com pouca luz, impressionam pela traça e pela áurea de alguns elementos (escadaria; jardim; clarabóia e rodapés altos). Num aparente estado de pouca degradação, o preço não está proibitivo e as áreas até são maiores do que a nossa necessidade.

Rapidamente envio um e-mail para a patroa com o singelo título “A CASA”. Dessa forma aguço o seu apetite tardio matinal na leitura dos seus e-mails. Os seus olhos brilharam e quiseram marcar para esse próprio dia uma visita, que só não foi possível pois a Imobiliária estava encerrada ao fim-de-semana. Mesmo assim, nessa mesma tarde fomos vaguear pela zona até perceber quais eram as casas pelo seu exterior. Com esse objectivo alcançado, a curiosidade para ver os imóveis por dentro tornou a espera de 5 dias, agonizante, especialmente para a arquitecta.

Essa agonia rapidamente se tornou em amargura aquando do telefonema para a Imobiliária Cummings que informa que uma das casas (a do Bonjardim, 953) já … não está à venda?! Depois de alguma baba & ranho derramados, decidimos contactar a MC Imobiliária (a outra imobiliária que também tinha as outras casas anunciadas) e que se prontificou a guiar-nos pelo interior das mesmas no Sábado seguinte.

Foram 7 dias de roer de unhas, que terminaram ao 12:00, na Rua do Bonjardim, no 953, com Patrícia a abanar assertivamente a cabeça, contra qualquer boa regra de negociação imobiliária. Previa-se que a visita às 2 outras casas (do outro lado do quarteirão – da mesma família) não seriam tão impactantes, e realmente não o foram!

A menina-dos-nossos-olhos estava encontrada, e o nosso pensamento quando de lá saímos nesse dia, era como é que conseguíramos ir lá passar os nossos próximos (longos) anos.