20120824

PELA MADEIRA!

O soalho original do Bonjardim é em madeira de pinho e algumas peças chegam a atingir cerca de 7m de comprimento.
Optamos desde início pela sua recuperação integral. Com mais ou menos canais à vista (do caruncho e térmitas), o soalho foi na sua grande maioria conservado.
 
Foi decapado / lixado e tratado com xilofene.
Após a verificação da resistência das tábuas visivelmente mais danificadas, e a remoção / substituição de algumas peças que apresentavam um elevado estado de degradação (o que permitiu observar os vigamentos de madeira que suportam as lajes), todas as juntas e imperfeições (resultantes de fartas refeições da fauna local) foram preenchidas com uma mistura de betumação à cor e aparas do próprio soalho resultantes da 2ª lixagem.
O acabamento foi feito com verniz mate da marca Cin, com alguma coloração para uniformização da cor do pavimento.
Aqui vão algumas fotos do resultado final, que nos surpreendeu.
 

 

20120813

BANHEIRA

"Sou remédio e sou regalo de toda a casta de gente, porém tenho um certo tempo, que sou mais conveniente, vegetal ou mineral, me faz no mundo existir, sem um dos quatro elementos de pouco posso servir. Trago à memória das gentes da cova a triste pintura, mas recebendo em mim corpos, não sou deles sepultura."

E da primeira vez que pisamos o solo do Bonjardim, depois da boca entreaberta pelo espanto da proporção da escadaria, outro elemento presente na casa-de-banho nos cativou a atenção. Jazia sozinha no meio das instalações sanitárias, uma banheira! Nada de especial, para um water closet caso não se tratasse literalmente de uma banheira de patas.

Mais incrível que a preservação de elementos arquitectónicos, o Bonjardim conseguia ainda manter equipamentos e apontamentos decorativos que se não forem originais por ventura não ultrapassarão a década de 50. Falamos dessa banheira; de elementos de iluminaria (vulgo candeeiros) e instalação da mesma; de alguns equipamentos no jardim (uma bela nora; um alpendre armado); e de motivos decoracionais (nas portas e nas janelas).

Todas estas leituras realizadas ao mesmo tempo são como se nos transportassem por um filme de época pelos corredores de uma casa que bem soube preservar a sua história e que evoluiu conforme as necessidades dos seus habitantes mas que nunca cometeram crimes de época, a troco de uma qualquer moda passageira ou conforto económico.

A banheira é um exemplo disso, para o bem e para o mal. Para o bem, pois devido às necessidades dos seus habitantes tratava-se do elemento central da limpeza e higiene dos mesmos, segundo nos rezam os comentários de vizinhos com memória. Dai a sua centralidade e relevância no centro das instalações sanitárias.

Infelizmente para o nosso mal, as dimensões da casa-de-banho não permitiriam conciliar equipamentos para duche e para banho. Ora, como todos sabemos as necessidades do dia-a-dia moderno apelam com maior frequência a um chuveiro rápido do que a um banho longo e refastelado. Dessa forma, e contra nossa vontade, este elemento tão estimado deveria ser deslocado do w.c. renovado, dadas as suas dimensões.

Como as outras casas-de-banho serão apenas de serviço (nenhuma será apta a duches), a banheira tao pouco poderia transitar para outro piso… Com a nossa conhecida teimosia, este elemento deveria permanecer no Bonjardim, mesmo que para isso a sua principal função fosse alterada.

Começaram a surgir ideias em brainstorming e sem dúvida a mais original foi a de Patrícia que sempre desejou um vaso gigante para cultivar a sua planta favorita, os catos (que paradoxalmente e para os menos entendidos, de pouca água precisam…). Assim estava definido, da casa de banho para o jardim a bela banheira de época iria servir agora de aposento a diversos espécimes rugosas e espinhosas.

Porém, um amigo mais próximo que numa visita a casa, teve uma ideia também excelente: já que estaria no jardim, porque não servir de apoio à refrigeração de umas belas minis como base de gelo?! Obviamente influenciado pelas suas recentes passagens por Angola, onde os sistemas de frio terão primazia sobre qualquer planta…. esta ideia não foi deitada fora!

Depois de muito ideias e de muitos pensamentos, a decisão era obvia! Fazer um mix dos dois! Catos e Minis! Possivelmente a primeira banheira seca de um lado e refrescante por outra, irá ser desenhada de forma a acomodar no mesmo espaço uma quantidade de terra suficiente vs um repositório apropriado para receber umas belas dúzias de minis para as tardes/noites de verão!

A banheira será então o novo lar de uns catos Super e de umas minis sem espinhos!




20120808

1930

"Qual é a coisa qual é ela, pequenina como abelha, enche a casa até à telha?" - adivinha

Uma das nossas opções por paixão foram os interruptores.
Desde o início que os  mecanismos tinham de ser da marca Berker, série 1930, devido ao seu desenho colonial com o botão de rodar.
Já começaram a ser colocados e foram os nossos modelos fotográficos.

20120807

INSTALAÇÕES SANITÁRIAS l

"Quem não tem necessidades próprias dificilmente se lembra das alheias." - Mateo Alemán

As instalações sanitárias já têm as torneiras e os sanitários.
Falta instalar os lavatórios, armários e espelho, mas já começam a dar um ar habitável ao Bonjardim.
Enviamos algumas fotos da evolução.

WC - PISO 0












WC - PISO 1












WC - PISO 2

 

20120801

DE CARA LAVADA

"Depois de certo tempo, cada um é responsável pela cara que tem." - Clarice Lispector

Já sem os andaimes, a fachada Este do Bonjardim revestida com os clássicos azulejos biselados de 15cm x 7cm na cor verde d’água ostenta novamente o brilho original da sua juventude.
Enviamos fotos da casa vista da rua, agora de cara lavada.