20120612

AS PAREDES

"Se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos.” - Paul McCartney

Chegámos ao momento em que algumas paredes interiores já foram tratadas e pintadas, revelando a imagem interior do Bonjardim.
Os tectos vão ser brancos e as paredes cinza claro. Todas as madeiras, ou seja portas, respectivas guarnições e rodapés vão ser brancos.

As paredes interiores e tectos interiores foram restaurados segundo métodos tradicionais, através da aplicação de gesso à base de cal para reparação dos rebocos. Seguindo-se a limpeza das superfícies, nomeadamente a correcção de furações e irregularidades pontuais por falta de enchimento. Preparação das pinturas com primário branco aglotinador e selante, Cin-Cinolite e acabamento com tinta sem diluição, semi-mate aquosa com textura lisa, CIN-Vinylsoft, indicada para rebocos antigos de cal, na cor cinza claro NCS S 1500-N.

No que se refere aos trabalhos de restauro das madeiras, a reparação das portas, guarnições e rodapés duplos compreendeu a remoção de tintas desagregadas, correcção das imperfeições, emassamento e lixamento. Preparação das pinturas com primário/subcapa aquoso para madeira, CIN Poliprep410, e acabamento final com tinta de esmalte sintático fosco, CIN Sintesin Fosco LV, na cor branco NCS S 1500-N.
Aqui vão algumas fotos actualizadas dos espaços interiores do Bonjardim a ser restaurados.
SALA DE ESTAR













ESCADAS













HALL_SALA DE JANTAR_COZINHA













QUARTO 1










QUARTO 2_SÓTÃO

20120608

FACHADA OESTE

A fachada tardoz era a única zona do Bonjardim que teria de ser demolida devido ao seu avançado estado de degradação.
As varandas fechadas do piso 1 e 2 estavam a exercer peso sobre uma viga de ferro que se encontrava totalmente oxidada e em fase de ruptura.
O revestimento em chapa ondulada estava igualmente oxidado em algumas áreas da fachada tinha sido substituído por cimento, o que deve ter acelerado a degradação da viga de ferro.

Contou-nos o vizinho da casa Norte que teve de colocar uma escora metálica a apoiar a viga metálica, pois tinham receio que algum acidente acontecesse uma vez que D. Maria Lídia ia frequentemente espreitar às janelas das varandas.




















Conforme referimos em posts anteriores, vamos manter de certa forma a imagem da fachada Oeste mas com materiais actuais, que permitam uma melhor impermeabilização e isolamento térmico da casa.
Optou-se por edificar esta extensão da casa mantendo a mesma lógica construtiva, ou seja as varandas foram reconstruídas não em betão e tijolo, mas sim com materiais de resultam numa construção mais seca, como o ferro e a madeira.

Com a demolição total do espaço das varandas, removendo-se cuidadosamente todos os materiais que as compunham, descobriu-se que a varanda do piso 2 e cobertura eram suportadas por vigas em madeira de Riga velha que se encontravam em bom estado e que fazem actualmente parte da estrutura.

Os trabalhos executados na fachada Oeste são na generalidade os seguintes:

1 - Demolição e remoção cuidada das varandas fechadas no alçado Poente, incluindo a remoção das chapas caneladas de revestimento, portas e caixilharias dos vãos, revestimento e estruturas de pisos e tectos;














2 - Instalação da estrutura metálica revestida em toda a superfície com barreira pára-vapor, tipo Ondutiss BV da Onduline;














3 - Forra das paredes em painéis de OSB hidrófugo com 12mm de espessura;


















4 – Aplicação de isolamento térmico das paredes pelo exterior em placas de poliestireno extrudido tipo Wallmate com 60mm de espessura e uma densidade mínima de 32 Kg/m³ e isolamento térmico no pavimento do piso 1 (contacto com o exterior) em lã-de-rocha com 60mm de espessura e a densidade de 70kg/m³



















5 – Acabamento interior das paredes e tectos em placas de gesso cartonado hidrófugo tipo Pladur wa10 para posterior pintura;















6 - Acabamento exterior em chapa ondulada tipo Haironville perfil 13.76.18 T 0,63mm de espessura, na cor standard RAL7016 (cinza escuro), aparafusada sobre ripado de aço galvanizado;



















7 – Instalação das janelas novas em PVC sistema de perfil Deceuninck, composto por vidro duplo 3+3/14/4 na cor exterior cinza escuro e cor interior branco e guarnições exteriores conforme desenho da fachada original executadas em madeira de iroko e pintadas com primário/sub-capa aquoso para madeira tipo "CIN Poliprep 410" e acabamento final com tinta de esmalte sintético fosco tipo "CIN Sintecin Fosco Lv", na cor RAL 7016.





















"O que há de melhor numa coisa nova é aquilo que satisfaz um desejo antigo." – Paul Valéry


20120606

AGORA É A VOSSA VEZ DE PARTICIPAR! - RESULTADOS PRÁTICOS

“Todas as cores concordam no escuro” – Francis Bacon

A todos os que se dirigiram em massa às urnas e votaram na cor a pintar a fachada Oeste do Bonjardim (cinza claro RAL7037 ou cinza escuro RAL7021), agradecemos desde já a vossa demonstração de amizade (à excepção dos que votaram na opção 50:50 ou na opção ajuda do público).

Iremos de imediato revelar a cor que actualmente a fachada Oeste exibe, e que seguramente não vai defraudar as espectativas dos nossos membros oficiais do Bonjardim953.



















A cor cinza RAL7016 (uma cor intermédia), pois os vossos conselhos foram considerados, e como não queríamos que o cinza claro parecesse cimento (como alegaram os apoiantes de cinza escuro) e como também não queríamos que o cinza escuro parecesse o impermeabilizante flintkote (como arguiram os apoiantes de cinza claro), pintamos num cinza mais claro que o escuro e mais escuro do que o claro, que tem o mesmo RAL das chapas onduladas e dos caixilhos das janelas.

Num futuro próximo serão reveladas as fotos da pintura integral da fachada, que se encontram a aguardar a publicação do post dedicado à Fachada Oeste.
A fachada posterior ficou mesmo ao nosso gosto, e apesar de não ter ficado de nenhuma das cores apresentadas no inquérito, este encaminhou-nos para a cor RAL7016 que parece que esteve sempre à nossa espera para ser escolhida!

FACHADA ESTE

“Cara feia não é uniforme” - provérbio

O Porto destaca-se pela grande variedade de cores das suas fachadas, provocada pelo uso do azulejo que surgiu com a industrialização e marcou para sempre a imagem da cidade.

A fachada principal do Bonjardim é revestida com os clássicos azulejos biselados de 12cm x 7cm num lindo e translúcido verde d’água.

Consultamos o banco de materiais da Câmara Municipal do Porto, porque soubemos que a Câmara cedia gentilmente de forma gratuita os azulejos resgatados de demolições ou obras de alteração de edifícios do centro histórico, tendo como objectivo a preservação e salvaguarda do património arquitectónico e artístico da Cidade do Porto.

Tínhamos a esperança de encontrar azulejos iguais aos da nossa fachada (formato e cor), na quantidade suficiente para colmatar as falhas existentes (cerca de 1.00m²), mas deparámo-nos com alguma inércia do serviço que demorou semanas a dar resposta ao nosso pedido não confirmando nem por e-mail nem por telefone se existia efectivamente azulejos semalhantes em stock, sendo necessário efectuar uma visita às instalações camarárias.

Devido a esse impasse, e uma vez que muitos dos azulejos se encontravam com o vidrado deteriorado e as argamassas de fixação fracas, decidimos que os azulejos existentes não iriam ser aproveitados.

A recuperação da fachada principal vai passar pelos seguintes trabalhos:
1- Remoção de todos os azulejos e argamassas de forma a ficar a pedra à vista (os azulejos foram cuidadosamente removidos e armazenados);
















2 - Lavagem com jacto de água (de modo a garantir o saneamento da superfície);
3 - Tratamento curativo de hidrofugação, impermeável e incolor, Silitop B2 (para tratamento do granito, impedindo a absorção de água e dos seus contaminantes sem tapar poros, sem alterar significativamente a permeabilidade do suporte ao vapor de água e proteger as superfícies contra o desenvolvimento e penetração de micro-organismos);
4 - Execução de camadas sequenciais tradicionais compostas por camada de chapisco com resina de aderência (para criação de camada de base na alvenaria), camada de ceresite tradicional, camada de reboco de regularização à base de cal;
5 - Fixação do azulejo recorrendo a argamassa tipo cimento cola weber.col flex M e betumação weber.color.

Para o acabamento final, optamos por azulejo com a mesma tipologia, ou seja rectangular biselado, no entanto será aplicado com a dimensão disponível no mercado, de 15cm x 7.5cm, vidrado na cor verde d’água (afinada à cor original).

Actualmente estamos ansiosamente a aguardar o envio do segundo teste de afinação da cor (verde d’água) pois a primeira amostra visualizada a semana passada apresentava a mesma cor da fachada original mas não apresentava uma vidrado tão translúcido como o dos azulejos antigos.