20120208

A CASA METE ÁGUA!

"Casa fechada, casa estragada!" - provérbio

Logo que assinámos a escritura, empunhando a chave entregue pelos antigos proprietários, corremos ao Bonjardim para admirar a nossa aquisição.
Estavamos algo preocupados pois tinha chovido toda a semana.

Mal entrámos, tivemos a derradeira confirmação, "A CASA METE ÁGUA!", e não é pouca!
O que na primeira visita era apenas um vidro partido na clarabóia, agora era realmente um tecto roto!
A clarabóia tinha mais vidros partidos do que inteiros e um grande buraco no tabique da cobertura (onde também era possível ver o céu), originado pela ausência de telhas naquela zona que provocou a destruição de parte do fasquio.

Na verdade eram menos m2 de cobertura a remover, no entanto havia que agir rapidamente para que os tectos em estuque do piso abaixo e a madeira das escadas não fossem afectados.
Reunimos uma parafernália de materais: uma caixa de plástico gigante do Ikea (onde guardava os meus sapatos), um chapéu-de-chuva e uma mão robot do Sr. Henrique (uma valiosa oferta de aniversário para conseguir alcançar as tangerinas mais docinhas), que finalmente iria ter alguma utilidade.

A chuva não parava, e nós aproveitámos a tarde para pôr mãos à obra.
Concluímos que o truque estaria em matar o mal pela raíz. E assim foi!
Henrique disponibilizou-se heroicamente para subir o escadote e com a ajuda da mão mecânica (gentilmente cedida pelo seu progenitor) conseguiu apoiar o seu chapéu-de-chuva no exterior da clarabóia, fixo com amarras em corda à guarda das escadas, para que não voasse durante a noite.

A pouca água que ainda caía foi guiada para a manta plástica com a ajuda de uma caleira improvisada, que se resumia a um pedaço de garrafa de plástico colada ao vidro, mas que se mostrou ser extremamente eficiente.

O nosso trabalho estava concluído!
As pequenas gotas que teimavam em entrar percorriam agora a caleira directamente para a manta de plástico, que por sua vez fazia o papel de um mega funil, orientando a água para a caixa de plástico gigante, localizada dois pisos abaixo.

Acabámos o dia orgulhosamente exaustos, pois a instalação contra temporais era uma máquina bem oleada! E ainda conseguiu provocar sorrisos bem abertos aos trabalhadores que na semana seguinte subiram ao telhado e colocaram um oleado pelo exterior (apenas por salvaguarda), não viesse aí um tornado...


Sem comentários:

Enviar um comentário