20120320

4 ÁGUAS

“… era uma casa muito engraçada, não tinha tecto, não tinha nada …” – Vinícius de Moraes - musica tradicional infantil

O tratamento correcto da cobertura sempre foi a prioridade nº1, por se tratar da zona mais desprotegida da casa. Devido ao seu estado de degradação, a água das chuvas podia danificar o soalho do piso 3 e escadas, no futuro seria a zona com mais perdas térmicas se a sua recuperação não fosse devidamente cuidada.

Trata-se de uma cobertura de 4 águas com asnas de madeira de Riga à vista (quartos 3 e 4), que contém 2 pequenas janelas de sótão (1 em cada quarto) e uma clarabóia central sobre a escadaria, em ferro forjado com ventilação permanente para evitar o sobreaquecimento do espaço.

O objectivo passava por demolir a totalidade da cobertura composta por taipa no interior e telha Marselha no exterior, reconstruindo-a de forma a conservar a imagem interior, mas dotando-a de uma maior resistência térmica e acústica.













No lugar das pequenas janelas de sótão serão instaladas as duas grandes janelas da Fakro, adquiridas recentemente.













Quanto à clarabóia central em ferro forjado, pretende-se o difícil desafio de executar uma estrutura em ferro metalizado e pintado com tinta de forja, mantendo o desenho original com a ventilação permanente, mas fechada com vidro duplo laminado pelo interior e térmico pelo exterior, prevendo a redução de pontes térmicas no seu desenho de pormenor.

Depois de uma análise do que o mercado actualmente oferece, ponderando sempre as mais-valias da qualidade construtiva com a nossa capacidade económica em as adquirir (tudo super-visionado pelo gestor/tesoureiro Dr. el Gato), optamos pela seguinte receita:

- demolição de toda a cobertura, mantendo apenas as asnas e os barrotes de madeira (verificando-se a sua resistência e estado de conservação, um a um);
- forro em placas de OBS hidrófugo sobre os barrotes de madeira (para construir uma superfície uniforme para suporte de materiais);
- tela impermeável transpirante (para permitir que a condensação deslize sem danificar a estrutura);
- painéis de isolamento térmico com 6cm de espessura (para a melhoria térmica da casa);
- contra-ripado de PVC (para assentamento da telha);
- barreira anti-vapor (para evitar condensações);
- acabamento exterior em telha Marselha nova;
- acabamento interior em pladur com as asnas de madeira à vista (para manter a imagem dos quartos).

A drenagem das águas pluviais será feita por caleiras em zinco executadas à medida, que substituíram as caleiras originais localizadas sobre as paredes meeiras de granito e parede exterior do alçado principal também de granito, que drenam as águas da nossa cobertura e de metade da cobertura do nosso vizinho da casa a Sul.

A execução dos trabalhos foi feita com especial atenção, pois tratava-se de uma das zonas mais problemáticas, porque estava a deixar passar água para as paredes meeiras, que com o passar dos anos provocou a destruição do rodapé em madeira da sala de estar (piso 1).

Foi uma cobertura difícil de executar por apresentar 43º de inclinação. Devido a essa inclinação os quartos do piso 3 lembram-me 2 tendas de campismo gigantes…



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