20120714

SALAMANDRA

A salamandra-de-fogo, salamandra-comum ou salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra) é uma espécie de anfíbio caudado pertencente à família Salamandridae.
É também conhecida regionalmente por saramela, saramantiga ou salamaganta. A sua pele é característica de cor negra com manchas amarelas. Medem entre 14 e 20 cm de comprimento. As larvas são aquáticas mas o adulto é terrestre.

Ainda estou para perceber porque é que a um pote de ferro, onde se avivam brasas, colocado nas diversas salas dos lares portugueses, para o seu aquecimento e conforto, se apelida de Salamandra. Salamandra para um bom transmontano é uma lagartixa! Uma sardanisca! Será por tratar de um animal de sangue frio que poe o courato ao sol para o aquecer? Muito forçado! Deve existir outra justificação… que um dia quando tiver tempo e me estiver a aquecer em dita cuja, poderei investigar exaustivamente.

Mais importante do que a questão linguistica, a Salamandra gerou possivelmente a maior discussão e volte-faces dos equipamentos do Bonjardim! O tema só por si é controverso se tivermos em conta as linhas mestras da nossa intervenção reconstrutiva “adaptar o Bonjardim às necessidades das vivências urbanas actuais preservando ao máximo toda a identidade construtiva adquirida no seculo passado”.

Por um lado, sabíamos que no Bonjardim não existiam vestígios que algum dia tivesse albergado uma salamandra, ou outro elemento produtor de calor de grande dimensão. Mas por outro lado, passamos alguns meses de Inverno a ver a nossa respiração em forma de nevoeiro bocal… (ok, mesmo sabendo da pouca capacidade dos revestimentos antigos).

Tornara-se evidente desde o início que o Bonjardim deveria estar equipado ou preparado com alguma fonte de calor que pudesse nos meses mais frios, com alguma potência aquecer 370m2 (outros muitos m3, é só fazer as contas com pés direitos médios de 3,2m). O aquecimento eléctrico é sem dúvida o mais comodo, mas não deixa de se visualmente presente e poderia ser accionista da EDP com as contas mensais que iria pagar.

Novamente tivemos que adaptar o nosso pensamento ao tempo da 1º guerra Mundial e pensar como economicamente e tradicionalmente as pessoas resolviam os seus problemas de aquecimento. Fogo! (no sentido literal da palavra, não no sentido de poças!). Era com madeira que alimentavam lareiras, fogões, salamandras que se aqueciam as casas (ok com animais também, mas as nossas gatas apenas se conseguem aquecer uma à outra).
Por isso devia ser com fogo, e do bom & forte que deveríamos aquecer a nossa casa.

Passaram-se meses numa discussão bi, por vezes tri-partida, onde Dr. El Gato e Beringela trocaram de opinião diversas vezes, esgrimindo argumentos Contra (preço do equipamento; intervenção necessária ao nível do soalho; perigosidade dos materiais; armazenamento da lenha) e ao mesmo tempo Pro (forma económica de aquecimento; look da Salamandra escolhida; frieira geral de Beringela – roxinha de cor; serões quentinhos a jogar damas; etc.)

Obviamente o etc. ganhou pois tem muita força. Também o facto de termos visitado algumas casas com intervenções semelhantes: uma das quais não tinha e os proprietários e estavam ambos constipados … e noutra semi-forçados por Macedo a seguir o seu exemplo vangloriando o seu equipamento! fez-nos também entender que se tratava de uma
decisão crucial que deveria ser tomada em construção e nunca posteriormente.

Assim o fizemos, colocamos tudo em cima da mesa, vimos os maus exemplos, contabilizamos os custos, medimos os riscos, escutamos várias experiencias, aconselhamo-nos com os técnicos, ouvimos as nossas vontades, e … tomamos uma decisão… “A Salamandra é fixe!”

Ok, temos 2 buracos no soalho de 25 cm de diâmetro, custou-nos como uma viagem ao Barbados (para 1), o soalho de madeira poderá sofrer marcas, a dita-cuja salamandra chegou perneta, há o perigo de queimaduras, o nosso quarto terá ferros de fixação do tubo, tivemos de reforçar a entrada da lenha na cave, mas sabem que mais? A D.ª Lídia vai ter serões quentinhos! (pelo menos na sala…)


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